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Colecistite aguda em tempos de COVID-19

08/05/2020

Dando sequência a seus esforços para garantir o máximo de segurança a profissionais e pacientes durante o enfrentamento da pandemia provocada pelo novo Coronavírus, o Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva vem orientar sobre os cuidados referentes ao tratamento da colecistite aguda.

Pacientes com colelitíase sintomática e colecistite crônica devem ter sua dor controlada. Se isso for possível, a cirurgia deve ser adiada e realizada de forma eletiva. Para aqueles com dor refratária ao tratamento médico, considere a colecistectomia laparoscópica.

Aqueles com coledocolitíase sem sinais de colangite, podem ser tratados de forma expectante. Nos casos com cálculos maiores, e naqueles que não conseguem passar espontaneamente, é apropriado uma CPRE com esfincterotomia, seguido de colecistectomia eletiva de forma retardada. Observe que as precauções apropriadas devem ser tomadas para a CPRE em pacientes com infecção por COVID-19, pois deve ser considerado como procedimento de aerossolização.

Indivíduos saudáveis ​​com colecistite aguda devem ser submetidos a colecistectomia laparoscópica para minimizar a internação hospitalar. Se o paciente tiver um risco muito alto em caso de cirurgia, ou uma sala de cirurgia não estiver disponível, considere uso de antibióticos intravenosos. Pacientes que não conseguem melhorar clinicamente com os antibióticos e aqueles com sinais de sepse devem ser submetidos a colecistostomia percutânea, além da administração de antibióticos intravenosos.

Pacientes com colangite ascendente frequentemente respondem a antibióticos de amplo espectro e a ressuscitação apropriada. Para pacientes que não melhoram clinicamente e pacientes com sepse, são indicados CPRE e esfincterotomia. Se houver preocupação com colecistite concomitante, a colecistostomia percutânea pode ser apropriada. Observe que as precauções apropriadas devem ser tomadas para a CPRE em pacientes com infecção por COVID-19, pois deve ser considerado um procedimento de aerossol. A colecistectomia deve ser realizada de maneira tardia.

Quando houver necessidade de cirurgia, seja por via convencional ou laparoscópica, alguns cuidados devem ser adotados nas seguintes situações e procedimentos:

  • Treinamento da equipe cirúrgica em equipamento de proteção pessoal e COVID-19;
  • Entrada na sala cirúrgica após a intubação e conexão com ventilador mecânico;
  • Utilização de filtro no sistema de insuflação de CO2;
  • Realização de pneumoperitônio com agulha de Veress;
  • Utilização de pressões de CO2 menores que o habitual;
  • Minimização do tempo da posição de trendelenburg;
  • Redução do uso do eletrocautério e uso do nível mais baixo possível;
  • Manutenção da limpeza de sangue dos instrumentos e outros fluidos corporais durante a cirurgia, seja laparoscópica, seja via laparotomia;
  • Eliminação do pneumoperitônio, aspirando pelo trocater;
  • Saída da sala cirúrgica antes da extubação do paciente;
  • Na cirurgia aberta, eletrocautérios produzem fumaça e aerossolização de tecido tanto quanto em laparoscopia. No entanto, a dissipação deste material é para o espaço aberto da sala de operações, o que pode atingir todos os funcionários.

Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva

Leitura recomendada:

Recomendações para cirurgia de emergência durante a pandemia do COVID-19
J. Health Biol Sci. 2020;8(1):1-3

American College of Surgeons. COVID-19:Guidance for Triageof Non-EmergentSurgical Procedures: Emergent General Surgery [Internet]. Chicago: FACS; 2020 [acesso 2020 Mar 24]. Disponível em: https://www.facs.org/covid-19/clinical-guidance/elective-case.

Recomendações do Colégio Brasileiro de Cirurgiões para cirurgia videolaparoscópica durante a pandemia por COVID-19
DOI: 10.1590/0100-6991e-20202570

SAGES and EAES recommendations for minimally invasive surgery during COVID‑19 pandemic
Surgical Endoscopy https://doi.org/10.1007/s00464-020-07565-w

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